Colonização e Histórico

Histórico

A colonização da área, hoje município de Caibi, aconteceu em dois momentos bem próximos, mas distintos pelas características dos grupos colonizadores.

O primeiro grupo começou a chegar no ano de 1926. Gaúchos migrantes, descendentes de italianos. Em sua maioria vinda da região de Guaporé RS. Os motivos históricos da vinda dessas pessoas não estão muito claros, mas certamente estão ligados ao fator econômico, com a busca de melhores oportunidades de vida; e a própria fleuma dos gaúchos, colonizadores históricos de diversas áreas do Brasil, até os dias de hoje. Descendentes destes pioneiros relatam as muitas dificuldades encontradas pois que a região era praticamente uma mata fechada, com a existência de umas poucas picadas – caminhos no meio do mato. Vinham de carroça até a localidade de São Braz, como hoje é denominada. Lá eram obrigados a deixar a carroça e os animais e percorrer a pé o resto do caminho, até as hoje denominadas linhas Santo Antonio e São José. Alguns contam que, somente dois anos após a chegada retornaram até São Braz, para buscar as carroças. É claro que o tempo já havia deteriorado os veículos.

Nesta época o serviço religioso era prestado uma vez por ano pelo Pe. Ofenhitzer, que vinha de Itapiranga e era missionário Católico da Sagrada Família.

Em 1930 chegaram os colonizadores russos-alemães, através da Companhia Colonizadora Sul Brasil, liderada por Carlos Culmey. A maioria destes russos-alemães eram retirantes ainda da 1ª Guerra Mundial, e queriam estabelecer-se e evitar novos conflitos. Instalavam-se em linha Bagé e arredores. Muitos deles tinham o objetivo de chegar ao Paraná mas permaneceram em Caibi em razão das dificuldades que já tinham enfrentado neste trecho da viagem. Estes russos-alemães eram em sua maioria da região gelada da Sibéria, e suas dificuldades eram ligadas a adaptação a alimentação, principalmente. Plantavam feijão e arroz para a subsistência mas sequer sabiam que os dois deveriam ser consumidos juntos e não em dias separados.

Vinham em busca da terra e do trabalho.

Se bem que a região não era o que esperavam. Mas adaptaram-se e permaneceram em Caibi. Pioneiros relatam que os russos-alemães não tinham o costume de andar descalços, pois a região em que viviam anteriormente era muito fria. Os que já estavam em Caibi, instalados a mais tempo, estranhavam este costume. Muitos destes colonizadores não tinham sequer passaporte para a viagem que empreenderam. Atravessaram as terras geladas da Sibéria, onde vidas se perderam, mas sempre renovavam-se com a esperança de uma nova terra, e um novo lugar para viver com a família.

Dificuldades para vender produtos

Em 1934 foi construída a primeira Igreja, onde hoje é a matriz. A construção foi terminada somente no ano seguinte. O lugar já tinha a denominação de São Domingos. Com o passar dos anos mais colonos chegaram a Caibi para se instalar e trabalhar. Os produtos agrícolas deviam ser vendidos e transformados em dinheiro. Novas dificuldades, pois havia comercio somente em Irai – RS, Frederico Westphalem – RS, Itapiranga – SC e somente se iniciava em Palmitos – SC. A farinha para a polenta tinha de ser buscada em Três Pinheiros, adiante de Palmitos. Muitos produtos eram também comercializados em Palmeira das Missões, Santa Bárbara e até mesmo Encantado, todos municípios gaúchos.

As moradias eram mais parecidas com cabanas do que com casas, mesmo assim a união nas famílias era muito grande. Somente gente muito unida poderia suplantar tamanhas dificuldades. Esta união e estima entre si, dizem os mais antigos, eram herdados dos antepassados. Festas e casamentos da época eram muito alegres e compartilhadas por todos da comunidade.

Origem do nome Caibi

Desde 1935 muitos colonos instalaram-se com suas famílias nas linhas Salete e São Jorge criando novas comunidades. Nos anos seguintes se formaram novas comunidades em Maracujá, São Paulo, Planaltina e Fátima. O atendimento religioso era feito então por padres de Palmitos.

No ano de 1947 o professor Julio Turcato chegou com sua família.

Inicialmente iria trabalhar com sapataria, principalmente com os russos-alemães que nunca andavam descalços. Mas como era professor, deu inicio aos processos educacionais logo que surgiram as primeiras oportunidades.

A localidade de São Domingos, hoje a sede de Caibi, pertencia ao então distrito de Palmitos Município de Chapecó. Surgia um problema. Havia dois lugares com o nome de São Domingos. O outro era adiante de Chapecó. Havia muitos mal entendidos, pois pessoas queriam chegar a um, e acabavam chegando em outro lugar. Cartas e mercadorias tinham os mesmos problemas de entrega. Trocamos o nome porque nossa comunidade era mais nova que a outra. O nome Caibi foi uma sugestão do professor Julio Turcato, que lera em um livro que a tradução seria folhas verdes. O vereador Romualdo Cerutti, de Palmitos na câmara de Chapecó conduziu a troca de nomes.

Construção da Escola das Irmãs

Em 1955 São Domingos de Caibi foi elevada à categoria de reitorado pelo Bispo de Palmas PR. naquela época foi iniciada a construção do colégio das irmãs. O colégio foi concluído em 1957, em 7 de outubro do mesmo ano chegaram as primeiras irmãs Salvatorianas.

A paróquia em Caibi foi instalada em 1959, e desmenbrada de Palmitos. Isto ocorreu em 12 de dezembro de 1959. no dia seguinte foi empossado pelo Bispo Diocesano, o Pe Assabido Rhodem, como primeiro pároco de Caibi. Na posse o Pe. Aloísio Weber representou a congregação da Sagrada Família. As testemunhas oficiais, por parte de Caibi, foram José Aléssio, Basílio Cola, Luciano Zanella e Egidio Ferronato. Vitório Gallon foi um dos que muito lutaram pela criação da nova paróquia.

Em 1960 houve a fundação do Seminário de Nossa Senhora da Salete e foi realizada a primeira Romaria. Nos dias 10, 11 e 12 de janeiro daquele ano foi realizado o primeiro retiro de moças. Participaram 52 moças, e o pregador foi o Pe. Assabido Rhodem. Neste ano também foi criada na paróquia a Cruzada Eucarística. As irmãs Salvatorianas adquiriram ao Sr. Antonio Granzotto, o Hospital de Caibi. No primeiro ano como paróquia foram realizados 169 batismos, 18 casamentos, mais 8.351 confissões e 17.012 comunhões.

Em 1961 Caibi recebeu a visita pastoral do Bispo Dom José Thurler. Também neste ano foram comemorados os 35 anos do inicio da imigração. Houve festa, atos religiosos, muita musica e o espoucar de foguetes. Foram vereadores caibienses, Distrito de Palmitos, Artur João Ferronato, Domingos Turcato e Zílio Pietro Biasi. Subprefeitos pelo distrito foram Benjamim Camera Artur João Ferronato, Prospero Turra, Basílio Cola e Pedro Antonio Bigaton. Por volta desta época aconteceu um movimento emancipacionista, realizado por lideranças comunitárias. Entre esses lutadores estava Domingo Mario Turcato, então vereador em Palmitos. Era primeiro secretario do legislativo e conseguiu a aprovação da resolução que dispôs sobre a emancipação de Caibi. Foi a resolução 7/64 de 18 de dezembro de 1964.

Instala-se o Novo Município

Instalado o novo Município, o subprefeito da época Pedro Antonio Bigaton, foi nomeado Prefeito Interino até a realização da primeira eleição para o Executivo Municipal, o que ocorreu em outubro de 1965, quando foi eleito Zílio Pietro Biasi, que assumiu em 16 de novembro do mesmo ano.

Em seguida vem a história mais recente do município. Depois advieram os Prefeitos Carlos de Nadal, Davi Benvenuto Furlan, Victor Fidelis Donini, Herneus João de Nadal, Domingos Mario Turcato, José Bravo, Albeniz Fernandes Varella, Darci Lazzaretti, Nédio Peroza, Adilar Carlesso, Dilair Menin, Elói José Líbano e atualmente o Prefeito em exercício é Éder Picoli.

Seguido a isto, as iniciativas devenvolvimentistas dos caibienses vão se somando e multiplicando, tornando Caibi um lugar cada vez melhor para se viver. E todos nos somos testemunhas vivas disso.